Pesquisa do Instituto Quaest mostra a visão da população sobre a Lava Jato
De acordo com pesquisa do Instituto Quaest para a Genial Investimentos, 74% dos brasileiros acreditam que o Supremo Tribunal Federal (STF) incentiva a corrupção ao anular punições da Operação Lava Jato a empresas.
A força-tarefa da Polícia Federal (PF) da Lava Jato completará dez anos em meio a decisões do STF que revisam a operação, suspendem multas de acordos de leniência firmados com empresas, questionam provas e anulam condenações.
A percepção de que o STF incentiva a corrupção é maior entre os homens (79%) do que entre as mulheres (70%), e também é maior entre eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro em 2022 (85%) do que entre apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (68%).
A pesquisa também revela que 70% dos eleitores que dizem ter votado nulo em 2022 acreditam que o STF incentiva a corrupção ao reverter as decisões da Lava Jato. Essa percepção negativa sobre as decisões do STF supera o porcentual de entrevistados que acham que a Lava Jato ajudou a combater a corrupção no país, que é de 49%.
No universo de entrevistados, 15% acompanhavam de perto as notícias sobre a Lava Jato, 29% acompanhavam um pouco, 28% ouviam falar, mas não acompanhavam e 28% nunca acompanharam nada sobre o assunto. A pesquisa foi realizada entre os dias 25 e 27 de fevereiro deste ano, ouvindo presencialmente 2 mil pessoas, com margem de erro de 2,2 pontos percentuais e nível de confiança de 95%.
DECISÕES DO STF BENEFICIARAM ACUSADOS
Em fevereiro deste ano, o ministro Dias Toffoli suspendeu o pagamento das
multas do acordo de leniência da antiga Odebrecht (atual Novonor) com o
Ministério Público Federal (MPF), no âmbito da Operação Lava Jato.
Toffoli também beneficiou a J&F com uma decisão semelhante. Outros réus da Lava Jato também foram favorecidos por decisões do ministro, como o ex-governador do Paraná, Beto Richa, o ex-senador de Alagoas Fernando Collor e o ex-governador do Rio Sérgio Cabral.
O presidente Lula também foi beneficiado pelo STF, que anulou as condenações do petista no âmbito da operação em 2021, abrindo caminho para sua eleição em 2022.